sexta-feira, 7 de agosto de 2015

SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto-velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque contei-as… Foram sete.
Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala, meu preto-velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu: Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.
A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber…
A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que seus próprios merecimentos negam.
A terceira, distribui aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.
A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de amparo material e espiritual. Assim, filho meu, foi para esses todos, que viste cair, uma a uma AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO.

domingo, 23 de dezembro de 2012

O ESPETÁCULO DA VIDA


(Por Augusto Cury)

Que você seja um grande empreendedor.
Quando empreender, não tenha medo de falhar.
Quando falhar, não tenha receio de chorar.
Quando chorar, repense a sua vida, mas não recue.
Dê sempre uma nova chance para si mesmo.
Encontre um oásis em seu deserto. 
Os perdedores vêem os raios.
Os vencedores vêem a chuva e a oportunidade de cultivar.
Os perdedores paralisam-se diante das perdas e dos fracassos.
Os vencedores começam tudo de novo.
Saiba que o maior carrasco do ser humano é ele mesmo.
Não seja escravo dos seus pensamentos negativos.
Liberte-se da pior prisão do mundo: o cárcere da emoção.
O destino raramente é inevitável, mas sim uma escolha.
Escolha ser um ser humano consciente, livre e inteligente.
Sua vida é mais importante do que todo o ouro do mundo.
Mais bela que as estrelas: obra-prima do Autor da vida.
Apesar dos seus defeitos, você não é um número na multidão.
Ninguém é igual a você no palco da vida.
Você é um ser humano insubstituível.
Jamais desista das pessoas que ama.
Jamais desista de ser feliz.
Lute sempre pelos seus sonhos.
Seja profundamente apaixonado pela vida.
Pois a vida é um espetáculo imperdível.

sábado, 1 de dezembro de 2012

CRESCENDO E MATANDO O EGO


        Ser umbandista é um ato de coragem ou não, pois muitos por covardia negam que praticam ou frequentam a Umbanda. Assumir-se Umbandista com Orgulho é um ato de rebeldia. Então, quando estudamos a história das religiões descobrimos que os maiores avatares e iluminados foram rebeldes e corajosos como Jesus Cristo, Mohamed, Moisés, Abraão, Buda Sidharta Gautama, Shankara, Ramakrishna, Gandhi, Osho e outros líderes espirituais.
        Ter uma proposta real de crescimento espiritual implica em comprometimento, e quantos estão realmente comprometidos com o crescimento espiritual de si mesmos?
        O Caboclo das Sete Encruzilhadas criou a religião de Umbanda com estas palavras: “Umbanda é a manifestação do espírito para a caridade.” Fazer a caridade pura e simplesmente não implica em ser uma pessoa melhor, pois, para se tornar melhor, é preciso o autoconhecimento.
        Podemos até dizer que muitos fazem a caridade por desencargo de consciência e outros ainda a fazem por vaidade. A partir do momento que se diz que a melhor pessoa é a que faz mais caridade, muitos passam a fazê-la para ser melhor que os outros, e assim tornam-se objetos do Ego e da Vaidade. Qualquer movimento no sentido de ser melhor do que os outros, é um movimento do ego. O único crescimento está em ser melhor do que eu mesmo. Isto implica numa análise profunda de autoconhecimento.
        Bem, ainda sobre o Caboclo das Sete Encruzilhadas, ele também disse que: “Aprenderemos com quem sabe mais e ensinaremos a quem souber menos, a ninguém voltaremos as costas.” Aqui o caboclo coloca uma direção importante para a religião de Umbanda, ele mostra que é fundamental o crescimento e aprendizado.

        Agora digo eu:
        Se, podemos aprender com todos, também podemos aprender de todas as doutrinas, filosofias e religiões. Só não podemos perder o propósito de aprender, de sermos melhores. Fazer o Bem e não fazer o mal é algo muito simples. Devemos aproveitar a religião para um propósito maior, como nos autoconhecer.
        No nosso modelo de trabalho espiritual é possível ser um bom médium, que tem um dom de incorporação bem apurado, dar boas comunicações e no entanto ser um ser humano desequilibrado.
        Me parece que temos super valorizado o dom em detrimento do ser humano que somos, não nos interessa se tal pessoa é boa ou não, para trabalhar na Umbanda só interessa se é bom médium.
        Assim, nós os umbandistas nos acomodamos na posição de ir ao terreiro incorporar os guias para trabalhar e voltar para casa, dessa forma, não precisamos ter nenhum comprometimento com nosso crescimento interior.
        A maioria das pessoas acredita que ter crescimento interior consiste em ler alguns livros e fazer alguns cursos. O crescimento começa com o identificar dos nossos defeitos e procurar caminhos para corrigi-los, quanto mais comprometidos e sinceros, mais vamos identificá-los e lutar por uma transformação interior.
        Esquecemos ou ninguém nos ensinou que Céu não existe fora de nós. Não adianta fazer toneladas de caridade, se estivermos desequilibrados internamente, não alcançaremos um lugar bom.
        Sendo tempo e espaço uma ilusão comprovada pela física, o único lugar que podemos ir é para dentro de nós mesmos e o único tempo real é agora, logo caridade não leva a lugar nenhum se antes você não for a este lugar internamente. A caridade também deve ser uma consequência e não o objeto ou a senha para entrar no céu.
        Tenho Orgulho de Ser Umbandista ! ! !

Por Alexandre Cumino

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

SOU UMBANDISTA, APENAS UMBANDISTA!!!


SOU UMBANDISTA, APENAS UMBANDISTA!!!

ESTA É A MINHA VERDADE!!!

Por Alexandre Cumino

         Não vemos católicos que são judeus, não vemos muçulmanos pentecostais, não vemos budistas jainistas. No entanto, vemos umbandistas que são candomblecistas, umbandistas católicos, umbandistas espíritas, umbandistas evangélicos e etc. Muito curioso, praticar duas religiões que tenham fundamentos totalmente diversos.
         Sou umbandista, apenas umbandista, pois a Umbanda me basta em todos os sentidos e expectativas.
         Pertencer a uma religião é ter seus valores como valores de sentido para nossa vida. Viver com valores dissonantes é ter uma vida com caminhos dissonantes. Cada religião tem uma egrégora de energia própria e nem sempre as egrégoras se complementam. Pelo contrário, muitas vezes se chocam, por conta de seus valores e convicções diversos.
         Pertencer a muitas religiões não é como fazer muitos cursos e pendurar seus diplomas na parede. Cada religião chama, e algumas exigem, que seu adepto assuma seus valores em um caráter confessional, ou seja, confissão de fé, aceitação de que ali está a sua verdade. Fica a pergunta: onde está a sua verdade, onde está seu coração?
         Pertencer a muitas religiões pode criar uma hipocrisia religiosa, pois num dia da semana você nega os valores que prega no outro dia da semana.
         Múltipla pertença religiosa tem sido usado como rótulo para dizer que é mais descolado, mais espiritualizado. O que não corresponde a verdade. O mais espiritualizado é aquele que vai mais fundo dentro de si mesmo para vencer suas dores e dificuldades, e logo se torna melhor para todos ao seu redor, por se tornar alguém mais bacana, mais agradável, mais feliz, mais realizado.
         Usamos palavras como humildade, paciência e desprendimento para rotular quem é mais espiritualizado. Talvez por isso, os interessados em serem mais espiritualizados vão forjando uma imagem de si mesmos, forjando uma máscara social de mocinhos e mocinhas da luz...  este é o “ego espiritualizado”, uma hipocrisia espiritual.
         Ser espiritualizado é ser você mesmo antes de tudo e tomar consciência da vida material, espiritual, mental e emocional, tudo junto. Mesmo porque, querer ser espiritual, negando o corpo e a mente, é um erro cometido por religiões repressoras que prometiam o céu a quem negasse tudo que existe no mundo.
         Mesmo nos dedicando muito a uma única religião, ainda assim não é fácil ter um aprofundamento da mesma em nossa alma e espírito, o que dirá praticando muitas. Não se consegue ter profundidade em nenhuma, fica sendo algo superficial. Nos enchemos de coisas e elementos externos para tentar tapar um buraco existencial: nossos medos e fraquezas.
         Existem muitas religiões, porque existem muitas formas diferentes de entrar em contato com o sagrado, com o divino, e cada grupo de pessoas se identifica com uma forma, ou cria uma nova forma de sentir e expressar sua espiritualidade.
         A Umbanda, por se tratar de uma religião nova, que nasceu no mundo moderno e se desenvolve no mundo pós-moderno e contemporâneo, é muito moderna, inovadora, aberta, evolucionista e inclusiva. A Umbanda nos oferece uma quantidade infinita e inesgotável de recursos. A incorporação e o passe mediúnico são apenas dois dos inesgotáveis recursos da religião. O fato é que subestimamos a Umbanda e muitos, na primeira dificuldade, procuram uma outra religião, ou o sacerdote de outra religião para lhe orientar e este vai lhe cuidar segundo fundamentos de outra religião. O correto seria ter paciência e confiar em seus guias de Umbanda. Se aprofundar e buscar respostas no lugar onde mora a sua verdade. Descobrir que a Umbanda tem fundamentos e recursos que vão se abrindo e se apresentando de acordo com nossas necessidades. Ao longo de muitos anos, vários recursos vão se abrindo dentro da religião, muitos mistérios se descortinam, mas primeiro é preciso aprender o básico.
         O que é Umbanda?
         Qual é a minha religião?
         Quais seus fundamentos básicos?
         Qual o por quê de cada gesto ritual, de sua liturgia?
         Qual é a sua magia, por que tantos elementos?
         Dentro da umbanda, existe um ambiente mais interno de iniciações na força dos Orixás, existe uma apresentação formal de muitas linhas de trabalho (caboclos, pretos velhos... etc), que se apresentam a quem queira se aprofundar no conhecimento sacerdotal. Por isso e muito mais, estudamos Teologia de Umbanda Sagrada e Sacerdócio de Umbanda Sagrada. Porque queremos  mais, muito mais, da NOSSA RELIGIÃO, da religião de UMBANDA. Queremos muito, mas muito mais mesmo, que apenas ir ao terreiro uma vez por semana “fazer nossa obrigação”, ou “fazer a caridade”. Tudo rotulado, bonitinho, mecanicamente autômato. Estamos e continuamos comprando um pedaço do céu, agora chamado Aruanda. Muitos continuam católicos, no inconsciente, continuam espíritas, continuam com velhos paradigmas e perdem a oportunidade de ir mais fundo na Umbanda, estão presos na margem, na superfície, no raso. Vamos fundo na Umbanda, com a Umbanda e para a Umbanda.
EU SOU UMBANDISTA.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

EXU FAZ O BEM E FAZ O MAL?


Bom dia para quem é do dia e boa noite para quem é da noite…
Pequenas palavras, desta manhã de 17 agosto de 2012, em tom de desabafo…
para compartilhar….

Exu faz o bem e faz o mal?
Depende o que você pede para ele?
Por Alexandre Cumino


Até quando vamos aceitar que estas perguntas se tornem afirmações:
Exu faz o bem e faz o mal!
Depende o que você pede para ele!

E dizer que não temos nada a ver com isso!!!

Até uma criança sabe o que quer dizer cumplicidade,
ser cúmplice no erro é crime e é burrice,
ser cúmplice no erro é assumir o carma alheio,
ser cúmplice no erro é errar duas vezes...

Exu na Umbanda não é cúmplice do erro alheio,
Médium caído nas trevas da sua própria ignorância é que
passa a ser cúmplice do erro alheio e  atrai para si entidades negativas
que vão envolve-lo em suas tramas de dor, ódio e vingança com
encarnados escravos dos próprios sentidos desvirtuados...

Exu na Umbanda é LEI, é LUZ, é VIDA...

ACEITAR A IDEIA DE QUE EXU É CÚMPLICE,
Aceitar a ideia de que Exu faz o Bem e faz o Mal...
É aceitar que ele seja mesmo o "demônio", "tinhoso",
"coisa ruim", "trevoso"... tudo menos Exu de Lei e
na Umbanda Exu sempre vem na Lei, quando tem
já a liberdade de dar consulta e orientar.

Exu enquanto guia espiritual está sempre na Lei,
Exu enquanto guia quer evoluir e quer também a minha evolução,
Exu enquanto guia é orientador e tem uma consciência maior que a minha.


Exu é Luz em minha vida,
E não é apenas Exu, Pombagira também é Lei, Luz e Vida...

Já ouvi falar que falo muito de Exu e Pombagira,
Só não vê quem não quer,
Exu e Pombagira são ponto forte e fraco na Umbanda,
forte se conheço e fraco se desconheço...

Assim como nós, Exu e Pombagira são espelhos de nós mesmos, se eu conheço minha sombra, se eu conheço minhas trevas, se eu conheço meu ego, se eu conheço meus vícios, se eu conheço minhas paixões e me proponho a trabalhar sentimentos, pensamentos, palavras e atos então este conhecimento me torna forte.

Se eu desconheço ou se coloco para debaixo do tapete minhas dores, medos e traumas então passo a me reprimir, me torno hipócrita, e repreendo no outro o que eu gostaria de vivenciar...

Exu e Pombagira nos ajudam a lidar com estas questões, ajudam a lidar com nosso ego, com nossas dores, com nossas paixões, para vencer nossos desejos desequilibrados e curar nossos sentimentos.
Pena que tantos olham para Exu e Pombagira e só conseguem ver justamente o contrário, querem usar de sua força e poder para vivenciar ainda mais seus desequilíbrios... um dia acordarão... o que é inevitável...
Alexandre Cumino Médium

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MALEDICÊNCIA


    Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Qual a razão última dessa mania de maledicência? É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade. Diminuir o valor dos outros dá-nos a grta ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesmo. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros. Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
        São como vagalumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca. Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar. Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros. Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da sua saúde própria.
        As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência. Falar mal das pessoas, das coisas alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com uísque, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
        A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
        Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
        Fala-se muito por falar, para “matar tempo”. A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
        Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades. Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
        Guerras e planos de paz sofrem poderosa influência da palavra. Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel. Há aqueles que falam  meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste. Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas. Evitemos a censura.
A maledicência começa na palavra do reprove inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente. Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de maor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina. Porque, de acordo com o Evalgelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração”.



(Texto extraído do livro A Essência da Amizade de Humberto Rohden. Editora Martin Claret, e publicado no Jornal de Umbanda Sagrada. Edição 146 - Julho de 2012)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A ARTE DE ENSINAR


A Arte de Ensinar é a maior prova de Caridade!






      Todos nós, algum dia já nos deparamos com algumas duvidas que são normais  no amplo campo de nossa querida religião. Gerações e gerações crescerão sabendo que por mais conhecedores e pesquisadores da Umbanda nunca terão o conhecimento total de tudo aquilo que preenche esse caminho de Fé.
      Tudo isso se chama MISTÉRIO. Mistério, por exemplo, daqueles que nos fascinam por estarem sentados à esquerda do Criador e diante da nossa pequena e limitada existência  não podem revelar todo esse mistério que envolve a sua Força Protetora  inigualável.
       Apenas nos curvamos  diante dessa maravilhosa Grandeza. Mistério esse que nos faz receber forças divinas e irradiantes dos Orixás, que também jamais saberemos as proporções de força, e apenas nos limitamos a sentir o bem que nos fazem.
       Isso sim é um mistério na Umbanda Sagrada, pois somos filhos muito pequeninos  do nosso Pai para conhecer tamanha vastidão de amor. Mas irmãos, nunca aceitem como resposta para uma dúvida que vocês guardam em seus corações apenas que “isso é um mistério”. Não há nada mais abençoado e bonito que alguém que dedica seu tempo para esclarecer e ensinar aqueles que um dia serão “esclarecedores de mistérios”, também doando seu tempo que um dia alguém lhe ofereceu.
       Esses dedicados mestres se preocupam em ajudar e acabar com o mito do mistério que gerações anteriores insistiram em manter durante anos e por essa preocupação, hoje são pessoas que merecem toda a benção do nosso Pai Oxalá, pois querem expandir para o maior número de pessoas  tudo aquilo de bom que a Umbanda nos oferece. Seja sobre nossas ervas curadoras, seja sobre nossa teologia magnífica, sobre magias sagradas, sobre nosso instrumento sagrado atabaque ou sobre tudo aquilo que faz da Umbanda uma religião única e encantadora.
      Esses Mestres, Sacerdotes, Professores ou simplesmente Médiuns que se dedicam de corpo e alma para esclarecer tudo aquilo que pode nos ajudar a crescer no campo da fé, merecem o nosso maior sentimento de gratidão e todos os raios reluzentes de amor e proteção dos nossos Orixás.
      Ensinar um irmão a caminhar com suas próprias pernas é a maior caridade que possa existir. Ensinar é uma Arte e “mistério” é uma resposta de quem jamais saberá como é praticar essa Arte.
      Que Oxalá abençoe todos aqueles que ensinam seus irmãos de Fé!

Jorge Alberto Tumbert.
(Jornal de Umbanda Sagrada – Edição 145 – Junho de 2012)





     Este texto é para tentar demonstrar um pouquinho a minha gratidão a todos os meus mestres e professores. Não somente àqueles que me esclarecem sobre os conhecimentos da religião, mas todos aqueles que me ensinam sobre as coisas da vida, sobre como ser um ser humano melhor, contribuindo assim, para que seja uma umbandista melhor a cada dia.
Obrigada a todos!

Gabriela Krambeck

terça-feira, 3 de julho de 2012

ANJO DA GUARDA


              Na Umbanda, podemos dizer que o anjo da guarda é um mistério de Deus. Não é um espírito familiar, não é uma presença que tenha uma identidade humana, nem características humanas.  Poderíamos defini-lo como um “ser-mistério”, semelhante a um a divindade menor e pessoal dedicada ao seu tutelado. Cada um de nós tem o amparo de um anjo da guarda dedicado,  que guarda semelhanças com o conceito de Orixá Pessoal, aquele que acompanha, incorpora e guia seus médiuns. No entanto,  as funções de amparo do anjo da guarda são mais sutis e estão no campo mental. Eles não costumam se apresentar e muito menos incorporar. A função do anjo da guarda na criação é de dar sustentação e amparo individual, criando um halo de proteção em torno dos médiuns e mantendo seu mental equilibrado, desde que este médium consiga manter-se racionalmente estável. Por meio da vela oferecida ao anjo da guarda, os médiuns de umbanda conseguem fortalecer sua ligação com esse mistério e contar assim com uma proteção maior em sua vida. Pode-se oferecer água e/ou mel como elemento de ligação e potencializar esta relação. Basta  para isso uma vela branca, um pires, um copo de água e mel.

COMO PROCEDER:

        Acenda a vela branca e segure-a com a mão direita à frente e acima da cabeça, e faça este clamor:

        ”Eu clamo a Deus, sua Lei Maior e sua Justiça Divina! Invoco meu Anjo da Guarda e ofereço a vós esta vela, peço que a imante, cruze e consagre em vosso poder se fazendo presente através dela em minha vida, em meu coração,, palavras e mente!”

        Encoste a vela em cima de sua cabeça e imagine a luz dela alcançando o infinito, no alto onde se encontra seu anjo da guarda com o Altíssimo, a luz sobe com um facho e quando alcança o anjo a luz Dele desce por este facho o iluminando ainda mais até alcançar o alto de sua cabeça, entrando por seu corpo de dentro para fora e de fora para dentro e envolvendo todo em sua luz, neste momento dê sete voltas em sentido horário com a vela acima de sua cabeça. Depois de feito isso coloque a vela em local seguro. Este pires (onde será firmada a vela) pode estar num altar, acima de uma mesa ou no chão, pois o que importa é que o ato de acender a clamar a vela estava acima de sua cabeça, agora basta firmá-la em um local seguro. Pode ainda oferecer água e mel pedindo:

        “Meu anjo da guarda, vos ofereço esta água e este mel, para que me proteja e envolva meu corpo material, astral e espiritual em vossos eflúvios e irradiações. Inspire-me bons pensamentos e ações, afastando o mal     de minha vida. Amém!”

Alexandre Cumino 
(Jornal de Umbanda Sagrada. Edição 145 - junho de 2012)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

MEDIUNIDADE É DOM PARA QUEM É BOM!


Mediunidade é a respiração energética da Alma:
Inspirando e expirando, absorvendo e exalando;
Agindo, reagindo, interagindo – sempre servindo.

Mediunidade é troca constante:
Dar recebendo, receber dando.
Sempre caminhando.

Mediunidade une, conecta, aproxima
O povo de baixo com o povo de Cima.

Mediunidade é interação entre o Porteiro, o Portador e o Portal.
Mediunidade não é benção nem maldição: mediunidade é missão.
Mediunidade é atalho entre o plano Físico e o Astral;
Mediunidade é Serviço, não servidão.
Mediunidade é neutra, pois lida com o positivo e com o negativo, em processo criativo.

Mediunidade é pura Intuição, bem apoiada sobre a Razão e a Emoção.
Mediunidade é como a eletricidade
Não tem segredo. Cuide dela com responsabilidade e respeito.

Mediunidade é Luz, Movimento e Som. Mediunidade é dom para quem é bom.



Mensagem recebida pelo médium Vanderlei Alves (Tenda de Umbanda do Caboclo Estrela do Mar – TEUCEM) em 23/04/2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

BEM VINDOS!


Escrevi este texto, para a inauguração no nosso terreiro que aconteceu no dia 14 de maio de 2012, a pedido da minha mãe.
Ela pediu-me que “apresentasse” a Umbanda para as pessoas que estariam lá, pois apesar de a maioria dos presentes já conhecerem a Umbanda estariam presente pessoas que não a conheciam.
Usando como referência obras do Rubens Saraceni, foi este texto que apresentei aos presentes.

       " Religião é uma forma de comungarmos com Deus e extrairmos Dele energias que nos pacificam, que nos fortalecem e fazem brotar em nosso íntimo a paz, a fé, o amor, a confiança, a resignação, a misericórdia e a esperança.
Religião é onde aprendemos a cultivar as virtudes e a combater os vícios.
Religião é estar em paz com Deus, com seus semelhantes e consigo mesmo, e extrair dela a força necessária para conviver com as dificuldades e superá-las.
Religião é tudo isso e muito mais. E como mais uma via de reencontro com Ele, o nosso Divino Criador e Senhor Deus, temos a nossa Umbanda Sagrada, que para muitos de nós aqui já é conhecida, mas para outros é uma novidade, então vou apresenta-la a todos.
A Umbanda é uma religião espiritualista que ensina que a vida é eterna e que a nossa curta passagem aqui no plano material destina-se à evolução, ao aperfeiçoamento e à conscientização dos espíritos (nós).
A Umbanda é uma religião nova, com um século de existência. Uma data é o seu marco inicial: a manifestação do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Moraes o dia 15 de novembro de 1908.
A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior fundamento religioso e, mesmo que reverencie as divindades, os espíritos da natureza e os espíritos ascencionados, não os dissocia d’Ele, o nosso Pai Maior e o nosso Divino Criador.
A Umbanda ensina-nos que somos um templo vivo e divino, o médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorizem, é o ponto chave do ritual de Umbanda Sagrada no plano material.
A Umbanda cultua os Orixás. Orixá é um poder divino em si mesmo e realiza-se na vida dos seus cultuadores como uma energia viva e divina capaz de realizar ações abrangentes, modificadoras da vida do ser. Uma força e um poder colocados a nossa disposição.
Alguns preceitos básicos para o exercício do Ritual de Umbanda Sagrada: a retidão, a resignação, a humildade, a fé, o amor e a caridade, isso porque:
Umbanda é Fé.
Umbanda é Amor.
Umbanda é Conhecimento.
Umbanda é Justiça.
Umbanda é Lei.
Umbanda é Evolução.
Umbanda é Vida.
Médium significa o sacerdócio em si mesmo. Médium é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhes são conferidas pelos senhores da natureza: os Orixás! Médium é o veículo de comunicação entre os espíritos e os encarnados.
Médium é sinônimo de poder ativo.
Médium é sinônimo de curador.
Médium é sinônimo de conselheiro.
Médium é sinônimo de intermediador.
Médium é sinônimo de filho de fé.
Médium é sinônimo de sacerdote.
A Umbanda, enquanto religião nascente ainda não está livre d presença dos aproveitadores da boa-fé das pessoas, mas até desses o tempo se encarregará de afastá-los e devolvê-los as suas origens pré Umbanda.
A nós compete mantê-la em seu curso natural. É só uma questão de tempo para que a sociedade reconheça o imenso trabalho que ela realiza em benefício d povo brasileiro sem exigir nada em troca, pois não foi feita para pedir, exigir ou dominar. Deus a criou para doar, doar e doar!
A Umbanda doa consolo, conforto, esclarecimentos, fé e amor. E nós, os umbandistas, só queremos doar nossos dons naturais em favor de nossos semelhantes.

Bem vindos à nossa casa!

Que Deus os abençoe em nome da Umbanda!

Sarava meus irmãos em Oxalá!"