Olorum cria e gera em Si mesmo tudo o que existe e tem nesta Sua faculdade criativa e geradora uma de Suas qualidades, pela qual Sua gênese divina vai surgindo e concretizando-se, já como o meio e como os seres que nele vivem.
A qualidade genésica do Divino Criador e a Fonte de Vida e das coisas que dão sustentação a ela.
Olorum cria e gera em Si mesmo, e criou e gerou nessa Sua qualidade uma divindade criativa e geradora, que é essa Sua qualidade em si mesma.
Então surgiu Iemanjá, divindade unigênita gerada na qualidade criativa e geradora de Olorum, que a tornou em si mesma a Sua qualidade criativa e geradora.
Ela é unigênita e por isso gera tanto em si quanto de si.
Quando gera em si, dá origem à sua hierarquia de tronos da Criação e tronos da Geração, que são divindades que manifestam uma dessas duas naturezas de Iemanjá.
Quando gera de si, ela irradia essa sua dupla faculdade, e quem a absorve torna-se criativo e gerador no aspecto da vida a que se dedicar.
A lenda nos diz que Iemanjá é tida como a mãe de todos os Orixás, e ela está relativamente certa, já que se algo existe é porque foi gerado. E, então ela está na origem de todas as divindades.
Iemanjá, por ser em si a Geração, está na gênese de tudo como os próprios processos genéticos. E se a qualidade Oxum agrega, ou funde o espermatozóide e o óvulo, Iemanjá é o processo genético que inicia a multiplicação celular, ordenada por Ogum, comandada por Oxossi, direcionada por Yansã, equilibrada por Xangô, estabilizada por Obaluaiê e cristalizada num novo ser por Oxalá.
Viram como um Orixá não dispensa a atuação dos outros e como todos são fundamentais e indispensáveis a tudo o que existe?
Os tronos da Geração estão na gênese de tudo e de todos porque são uma das características de Iemanjá, que é em si mesma a Geração Divina.
Criatividade e Geração são os dois lados de uma mesma coisa: Gênese Divina!
E Iemanjá as manifesta em suas duas hierarquias de tronos: os da Criatividade e os da Geração.
Por ser a divindade da Criatividade e da Geração, Iemanjá está em todas as outras qualidades divinas, mas polariza com o Orixá Omulu e faz surgir a irradiação da Geração, que tem nele o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar ou se negativar.
Deus tanto cria e gera quanto paralisa a criação que não mais atende aos Seus desígnios e paralisa a geração que não atende à Sua vontade. Essa Sua qualidade é um recurso para paralisar tudo e todos que estiverem criando ou gerando em sentido contrário (desvirtuado) ao que Ele estabeleceu como correto (virtuoso).
E aí surge Omolu, divindade unigênita gerada nessa qualidade de Olorum, que tornou em si mesmo esse seu recurso paralisador de toda a criação ou geração desvirtuada.
Omolu, divindade unigênita, gera tanto em si como de si.
Quando gera em si, faz surgir sua hierarquia de tronos cósmicos, ativos, negativos, secos, implacáveis e rigorosíssimos com toda criatividade e geração desvirtuada, desequilibrada, emocionada ou contrária aos sete sentidos da vida.
O Mistério Omolu transcende a tudo o que possamos imaginar e as lendas o limitaram a alguns de seus aspectos, na maioria negativos, tornando-o temido e evitado por muitos adoradores dos Orixá.
“A cada um segundo seu merecimento”, é o que diz a Lei. Já o Mistério Omolu aplica esse princípio em seu aspecto negativo e o define assim: “A cada um segundo seus atos. Se positivos, que sejam conduzidos à luz da vida, mas se negativos, que sejam arrastados para os sombrios domínios da morte dos sentidos e sentimentos desvirtuadores da vida”.
- Iemanjá é a Mãe da Vida, pois gera vida em si mesma.
- Omolu é o Guardião da Vida, pois paralisa todos que atentarem contra ela, e os pune com um rigor único.