sexta-feira, 22 de julho de 2011

UMBANDA - SOU FILHO OU SOBRINHO???


Quantos filhos tem a sua casa?

Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de Santo, perguntou: “Quantos filhos a sua casa tem?”.
A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta. E assim foi no sábado pouco antes de iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo. Viu que havia mais ou menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou para colocar algum assunto em dia. Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.
O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns porque queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.
Na segunda feira havia um momento de estudo no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e, viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.
Na quinta feira haveria um trabalho na Lina do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente apareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.
No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:
Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?
Contei 43 minha mãe – respondeu.
Não, filhos de verdade tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa.
E os outros?
Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atrapalho ou programa ‘melhor’, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabarem os trabalhos.
O rapaz muito sério perguntou:
E por que a senhora não impõe regras para mudar isso?
Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante, a Umbanda respeita o livre arbítrio de todos os seres...
E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda?
Somos Umbandistas em todos os momentos de nossa vida, ou somos Umbandistas somente uma vez por semana durante os trabalhos no terreiro?
Agora reflita em suas ações e pergunte pro seu coração...
Você é filho ou sobrinho???

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Religiosidade X Autoconhecimento


Religiosidade e autoconhecimento, duas linhas paralelas na vida do ser, eis que por meio destas o homem traçará um caminho vislumbrando sua transmutação, ou seja, desligar-se da matéria, por conseguinte, fixando-se no espiritual (a exemplo da moral, ética, humanismo, etc.), retornando ao seio da criação original, porém, sempre mantendo o equilíbrio, afinal, o homem necessita dos meios materiais para sua subsistência.
Para fortalecer este intento em contento, não quer dizer que o homem deve abster-se da procura dos bens materiais, mas sim como proceder para se conseguir este. A dizer: Agir com ética, moralidade, logo não usufruindo de meios inidôneos, subterfúgios maléficos para seu bem estar. É perfeitamente compatível a conquista material com a espiritual. Como?  Moralidade é o sentimento, “amar o próximo como a ti mesmo” é a atitude.
Para tanto se faz necessário desenvolvermos um entendimento mais aprofundado sobre a evolução do espírito humano através da linha do autoconhecimento, redundando no despertar da consciência.
A religiosidade é um dos meios que o Criador nos disponibiliza como via evolucionista, despertando em nosso mental chaves únicas que desabrocharão com o florescer dos dons.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Religião


“A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.


            Religião é algo sublime e tem por função sublimar nossa alma sofrida e cansada dos entreveros desfavoráveis do nosso dia-a-dia.
            Religião é uma forma de comungarmos com Deus e extrairmos Dele energias que nos pacificam, que nos fortalecem e fazem brotar em nosso íntimo a paz, a fé, o amor, a confiança, a resignação, a misericórdia e a esperança.
            Religião é o meio de nos religarmos a Deus e Nele obteremos as forças que nos faltam porque nos exaurimos por choques da lei das ações e reações.
            Religião é algo que deve exaltar em nosso íntimo o humanismo, a paciência e a compaixão.
            Religião não é um mercado de trocas, e sim, é onde nos ofertamos a Deus para que Ele nos acolha e vibre Sua paz e Sua alegria divinas em nosso íntimo.
            Religião é o meio de exaltarmos o Deus que vive em nosso íntimo e que religiosamente, nos torna sensatos, respeitosos, fraternos e amorosos.
            Religião não é lugar para fanáticos, revoltados, rebeldes, intolerantes e para racistas, pois o verdadeiro religioso vê todos como seus irmãos em Deus e vê tudo como criação divina.
            Religião é onde aprendemos a cultivar as virtudes e a combater os vícios.
            Religião é estar em paz com Deus, com seus semelhantes, e consigo mesmo, e extrair dela a força necessária para conviver com as dificuldades e superá-las.
            Religião é o refreador do instintivismo e da revolta íntima do ser diante do que não tem como dominar e subjugar à sua vontade.
            Religião é a aceitação das coisas como elas são e é a submissão às regras sustentadoras da convivência fraterna com os contrários.
            Religião é o exercício da fé pela fé, do amor pelo amor e da esperança pela esperança, sem que algo tenha que ser dado ou exigido em troca.
            Religião é o meio natural que temos à nossa disposição para podermos vivenciar o que temos de melhor, e que é nosso amor ao nosso Divino Criador.
            Religião é tudo isso e muito mais, pois o ser verdadeiramente religioso é um virtuoso e um humanista.
            Os sinônimos de religião são virtude e humanismo.
            Uma pessoa virtuosa é um humanista e é um religioso.
            Um humanista é um religioso e um virtuoso.
            Agora, religiosidade, virtude e humanismo não são o que apregoam os mercadores da fé de plantão, que exigem obediência, submissão e servidão aos seus interesses pessoais ou desejos de poder.
            Uma religião tem que trazer toda uma renovação da religiosidade, da fé e de expectativas para as pessoas, criando no íntimo delas e de “dentro para fora” de cada uma, uma base sólida de crença que a fortalece e a ajuda a suportar as dificuldades do dia-a-dia, assim como reúne com quem religiosamente é afim e que, reunidas sob uma nova doutrina, se fortalecem grupalmente e se auxiliam, superando muitos dos obstáculos, reais ou imaginários, que as enfraqueciam e as segregavam ou as isolavam.
Deus não fundou nenhuma religião na face da Terra, mas concedeu o livre arbítrio aos espíritos e aos homens para que estes, se insatisfeitos e descontentes com as que seguem, fundem novas religiões que os satisfaçam e torne suas religiosidades em contentamento e alegria, através da comunhão com Ele e Seus princípios divinos.
A base religiosa, os fundamentos e os princípios divinos naturais e espirituais estão à disposição de todos. E todas as religiões baseadas e fundamentadas Nele, com certeza prosperam e prosperarão na face da Terra e auxiliarão muitos no reencontro com Ele, o nosso Divino Criador e Senhor Deus.

“Para Deus não importa muito como O cultuam ou às Suas divindades, mas, sim, importa como fazem isso: com fé, muita fé mesmo”.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sobre a Umbanda

A Umbanda é uma religião espiritualista que ensina que a vida é eterna e que a nossa curta passagem aqui no plano material destina-se à evolução, ao aperfeiçoamento e à conscientização dos espíritos.
A Umbanda é uma religião nova, co um século de existência. Uma data é o marco inicial da Umbanda: a manifestação do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Moraes ocorrida no ano de 1908.
Quanto ao que defendem que ela teve inicio em eras remotas ou entre povos, estes fazem apenas um exercício de comparatividade porque confundem a prática de incorporar espíritos, tão antiga quanto a própria humanidade, com a Umbanda.
Umbanda é sinônimo de prática religiosa e magística caritativa e não tem cobrança pecuniária como uma de suas práticas.
A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de orixás e não tem nessa prática, legítima e tradicional do Candomblé, um dos recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos, velas, etc., quando os reverencia.
A Umbanda não aceita a tese defendida por alguns adeptos dos cultos de nação que diz que só com a catulagem de cabeça e só com o sacrifício de animais é possível as feituras de cabeça (coroação dos médiuns) e o assentamento dos orixás, pois para a Umbanda, a fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus, Suas Divindades e os Guias Espirituais em benefício dos médiuns e dos frequentadores dos seus templos.
A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias são uma reverencia aos orixás e aos guias espirituais.
A Umbanda não apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus fiéis, pois temno tempo e na espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos seus fiéis.
A Umbanda, por ser sincrética, não alimenta em seu seio segregacionismo religioso de nenhuma espécie e vê as outras religiões como legítimas representantes de Deus. E vê todas como ótimas vias evolutivas criadas por Ele para acelerarem a evolução da humanidade.
A Umbanda não adota práticas agressivas de conversão religiosa, pois acha este procedimento uma violência consciencial contra as pessoas, preferindo somente auxiliar quem adentra em seus templos.
A Umbanda prega que os espíritos elevados (os seus espíritos guias) são dotados de faculdades e poderes superiores ao senso comum dos encarnados, e tem neles um dos seus recursos religiosos e magísticos. A Umbanda prega que as divindades de Deus (os orixás) são seres divinos dotados de faculdades e poderes superiores aos dos espíritos e tem neles um dos seus fundamentos religiosos, recomendando o culto a elas e prática de oferendas como uma das formas de reverenciá-los.
A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior fundamento religioso, ao qual não dispensa em nenhum momento nos seus cultos religiosos e, mesmo que reverencie as divindades, os espíritos da natureza e os espíritos ascencionados, não os dissocia D’Ele, o nosso Pai Maior e o nosso Divino Criador.
Assim, meus irmão, sejam bem vindos ao maravilhoso mundo da Umbanda!

(adaptado de Saraceni, Rubens. Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada, São Paulo: Madras, 2005)