sexta-feira, 17 de agosto de 2012

EXU FAZ O BEM E FAZ O MAL?


Bom dia para quem é do dia e boa noite para quem é da noite…
Pequenas palavras, desta manhã de 17 agosto de 2012, em tom de desabafo…
para compartilhar….

Exu faz o bem e faz o mal?
Depende o que você pede para ele?
Por Alexandre Cumino


Até quando vamos aceitar que estas perguntas se tornem afirmações:
Exu faz o bem e faz o mal!
Depende o que você pede para ele!

E dizer que não temos nada a ver com isso!!!

Até uma criança sabe o que quer dizer cumplicidade,
ser cúmplice no erro é crime e é burrice,
ser cúmplice no erro é assumir o carma alheio,
ser cúmplice no erro é errar duas vezes...

Exu na Umbanda não é cúmplice do erro alheio,
Médium caído nas trevas da sua própria ignorância é que
passa a ser cúmplice do erro alheio e  atrai para si entidades negativas
que vão envolve-lo em suas tramas de dor, ódio e vingança com
encarnados escravos dos próprios sentidos desvirtuados...

Exu na Umbanda é LEI, é LUZ, é VIDA...

ACEITAR A IDEIA DE QUE EXU É CÚMPLICE,
Aceitar a ideia de que Exu faz o Bem e faz o Mal...
É aceitar que ele seja mesmo o "demônio", "tinhoso",
"coisa ruim", "trevoso"... tudo menos Exu de Lei e
na Umbanda Exu sempre vem na Lei, quando tem
já a liberdade de dar consulta e orientar.

Exu enquanto guia espiritual está sempre na Lei,
Exu enquanto guia quer evoluir e quer também a minha evolução,
Exu enquanto guia é orientador e tem uma consciência maior que a minha.


Exu é Luz em minha vida,
E não é apenas Exu, Pombagira também é Lei, Luz e Vida...

Já ouvi falar que falo muito de Exu e Pombagira,
Só não vê quem não quer,
Exu e Pombagira são ponto forte e fraco na Umbanda,
forte se conheço e fraco se desconheço...

Assim como nós, Exu e Pombagira são espelhos de nós mesmos, se eu conheço minha sombra, se eu conheço minhas trevas, se eu conheço meu ego, se eu conheço meus vícios, se eu conheço minhas paixões e me proponho a trabalhar sentimentos, pensamentos, palavras e atos então este conhecimento me torna forte.

Se eu desconheço ou se coloco para debaixo do tapete minhas dores, medos e traumas então passo a me reprimir, me torno hipócrita, e repreendo no outro o que eu gostaria de vivenciar...

Exu e Pombagira nos ajudam a lidar com estas questões, ajudam a lidar com nosso ego, com nossas dores, com nossas paixões, para vencer nossos desejos desequilibrados e curar nossos sentimentos.
Pena que tantos olham para Exu e Pombagira e só conseguem ver justamente o contrário, querem usar de sua força e poder para vivenciar ainda mais seus desequilíbrios... um dia acordarão... o que é inevitável...
Alexandre Cumino Médium

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MALEDICÊNCIA


    Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Qual a razão última dessa mania de maledicência? É um complexo de inferioridade unido a um desejo de superioridade. Diminuir o valor dos outros dá-nos a grta ilusão de aumentar o nosso valor próprio.
A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesmo. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalor dos outros. Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz.
        São como vagalumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca. Quem tem bastante luz própria não necessita apagar ou diminuir as luzes dos outros para poder brilhar. Quem tem valor real em si mesmo não necessita medir o seu valor pelo desvalor dos outros. Quem tem vigorosa saúde espiritual não necessita chamar de doentes os outros para gozar a consciência da sua saúde própria.
        As nossas reuniões sociais, os nossos bate-papos são, em geral, academias de maledicência. Falar mal das pessoas, das coisas alheias é um prazer tão sutil e sedutor – algo parecido com uísque, gin ou cocaína – que uma pessoa de saúde moral precária facilmente sucumbe a essa epidemia.
        A palavra é instrumento valioso para o intercâmbio entre os homens. Ela, porém, nem sempre tem sido utilizada devidamente.
        Poucos são os homens que se valem desse precioso recurso para construir esperanças, balsamizar dores e traçar rotas seguras.
        Fala-se muito por falar, para “matar tempo”. A palavra, não poucas vezes, converte-se em estilete da impiedade, em lâmina da maledicência e em bisturi da revolta.
        Semelhantes a gotas de luz, as boas palavras dirigem conflitos e resolvem dificuldades. Falando, espíritos missionários reformularam os alicerces do pensamento humano.
        Guerras e planos de paz sofrem poderosa influência da palavra. Há quem pronuncie palavras doces, com lábios encharcados pelo fel. Há aqueles que falam  meigamente, cheios de ira e ódio. São enfermos em demorado processo de reajuste. Portanto, cabe às pessoas lúcidas e de bom senso não dar ensejo para que o veneno da maledicência se alastre, infelicitando e destruindo vidas.
Pense nisso!
Desculpemos a fragilidade alheia, lembrando-nos das nossas próprias fraquezas. Evitemos a censura.
A maledicência começa na palavra do reprove inoportuno.
Se desejamos educar, reparar erros, não os abordemos estando o responsável ausente. Toda a palavra torpe, como qualquer censura contumaz, faz-se hábito negativo que culmina por envilecer o caráter de quem com isso se compraz.
Enriqueçamos o coração de maor e banhemos a mente com as luzes da misericórdia divina. Porque, de acordo com o Evalgelho de Lucas, “a boca fala do que está cheio o coração”.



(Texto extraído do livro A Essência da Amizade de Humberto Rohden. Editora Martin Claret, e publicado no Jornal de Umbanda Sagrada. Edição 146 - Julho de 2012)