quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

IRRADIAÇÃO DA GERAÇÃO


Olorum cria e gera em Si mesmo tudo o que existe e tem nesta Sua faculdade criativa e geradora uma de Suas qualidades, pela qual Sua gênese divina vai surgindo e concretizando-se, já como o meio e como os seres que nele vivem.
A qualidade genésica do Divino Criador e a Fonte de Vida e das coisas que dão sustentação a ela.
Olorum cria e gera em Si mesmo, e criou e gerou nessa Sua qualidade uma divindade criativa e geradora, que é essa Sua qualidade em si mesma.
Então surgiu Iemanjá, divindade unigênita gerada na qualidade criativa e geradora de Olorum, que a tornou em si mesma a Sua qualidade criativa e geradora.
Ela é unigênita e por isso gera tanto em si quanto de si.
Quando gera em si, dá origem à sua hierarquia de tronos da Criação e tronos da Geração, que são divindades que manifestam uma dessas duas naturezas de Iemanjá.
Quando gera de si, ela irradia essa sua dupla faculdade, e quem a absorve torna-se criativo e gerador no aspecto da vida a que se dedicar.
A lenda nos diz que Iemanjá é tida como a mãe de todos os Orixás, e ela está relativamente certa, já que se algo existe é porque foi gerado. E, então ela está na origem de todas as divindades.
Iemanjá, por ser em si a Geração, está na gênese de tudo como os próprios processos genéticos. E se a qualidade Oxum agrega, ou funde o espermatozóide e o óvulo, Iemanjá é o processo genético que inicia a multiplicação celular, ordenada por Ogum, comandada por Oxossi, direcionada por Yansã, equilibrada por Xangô, estabilizada por Obaluaiê e cristalizada num novo ser por Oxalá.
Viram como um Orixá não dispensa a atuação dos outros e como todos são fundamentais e indispensáveis a tudo o que existe?
Os tronos da Geração estão na gênese de tudo e de todos porque são uma das características de Iemanjá, que é em si mesma a Geração Divina.
Criatividade e Geração são os dois lados de uma mesma coisa: Gênese Divina!
E Iemanjá as manifesta em suas duas hierarquias de tronos: os da Criatividade e os da Geração.
Por ser a divindade da Criatividade e da Geração, Iemanjá está em todas as outras qualidades divinas, mas polariza com o Orixá Omulu e faz surgir a irradiação da Geração, que tem nele o recurso de paralisar todo processo criativo ou gerativo que se desvirtuar, se degenerar, se desequilibrar, se emocionar ou se negativar.
Deus tanto cria e gera quanto paralisa a criação que não mais atende aos Seus desígnios e paralisa a geração que não atende à Sua vontade. Essa Sua qualidade é um recurso para paralisar tudo e todos que estiverem criando ou gerando em sentido contrário (desvirtuado) ao que Ele estabeleceu como correto (virtuoso).
E aí surge Omolu, divindade unigênita gerada nessa qualidade de Olorum, que tornou em si mesmo esse seu recurso paralisador de toda a criação ou geração desvirtuada.
Omolu, divindade unigênita, gera tanto em si como de si.
Quando gera em si, faz surgir sua hierarquia de tronos cósmicos, ativos, negativos, secos, implacáveis e rigorosíssimos com toda criatividade e geração desvirtuada, desequilibrada, emocionada ou contrária aos sete sentidos da vida.
O Mistério Omolu transcende a tudo o que possamos imaginar e as lendas o limitaram a alguns de seus aspectos, na maioria negativos, tornando-o temido e evitado por muitos adoradores dos Orixá.
“A cada um segundo seu merecimento”, é o que diz a Lei. Já o Mistério Omolu aplica esse princípio em seu aspecto negativo e o define assim: “A cada um segundo seus atos. Se positivos, que sejam conduzidos à luz da vida, mas se negativos, que sejam arrastados para os sombrios domínios da morte dos sentidos e sentimentos desvirtuadores da vida”.
  • Iemanjá é a Mãe da Vida, pois gera vida em si mesma.
  • Omolu é o Guardião da Vida, pois paralisa todos que atentarem contra ela, e os pune com um rigor único.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

IRRADIAÇÃO DA EVOLUÇÃO


Olorum tudo cria e tudo gera.  Na Sua criação, está Sua estabilidade e nos seres está Sua mobilidade ou evolução incesante.
Estabilidade e evolução, eis a sexta irradiação divina que  esta em tudo e todos, porque é uma qualidade do Divino Criador.
Essa Sua qualidade, Sua estabilidade, proporciona o meio ideal para os seres viverem, e na  Sua mobilidade gera os recursos para os seres evoluírem.
Sem estabilidade, um ser não evolui, pois tem de tê-la em todos os aspectos de sua vida.
Então Olorum gera nessa Sua qualidade, uma divindade dual ou de dupla qualidade, tornado-a em si mesma essa Sua qualidade estabilizadora e evolutiva.
E surgiu Obaluaiê, Orixá dual por suas duas qualidades divinas, que rege a evolução dos seres.
Mas essa dupla qualidade está na própria gênese, pois sem estabilidade nada se sustenta e sem transmutação tudo fica paralisado.
Ele está no próprio Universo, pois é a estabilidade que sustenta cada corpo celeste no seu devido lugar, como é o movimento da mecânica celeste, que mantém todos os corpos em movimento continuo.
Por isso Obaluaiê é passivo na sua qualidade estabilizadora e ativo na sua qualidade mobilizadora.
Então vemos surgir o Trono da Evolução, que é em si mesmo essa qualidade Dual de Deus.
Por que ela é dual?
Porque ela tanto proporciona a estabilidade quanto o movimento, condições imprescindíveis à evolução da vida.
Obaluaiê, por ter sido gerado nessa qualidade dual e por sê-la em si mesmo, também a gera de si, fazendo surgir a hierarquia dos tronos da Evolução, como gera de si, irradiando sua qualidade a tudo e a todos, despertando em cada um essa vontade irresistível de seguir a diante, de alcançar um nível de vida superior, de chegar mais perto de Deus.
Então ele não é só o Orixá da cura, mas também do bem-estar, da busca de dias melhores, de melhores condições de vida, etc.
Obaluaiê é, também, um Orixá Curador. E a Linha das Almas ou Corrente dos Pretos Velhos é regida por ele, que podemos vislumbrar quando conversamos com espíritos dessa corrente; eles nos transmitem paz, confiança e esperança, e quando os deixamos, após consultá-los, temos a impressão de que tudo se transformou e nos sentimos bem
O modo peculiar que cada linha de Umbanda tem ao incorporar e ao se comunicar com os encarnados, tem a ver com a irradiação do Orixá que a rege, e não com a raça dos espíritos que se manifestam.
Tantas bobagens já foram escritas como sendo conhecimento acerca dos Orixás e das linhas de Umbanda, que o melhor  a fazer é decantar todo esse falso conhecimento e absorver o que temos transmitido via psicografia.
E quem melhor pra decantá-las, senão Nanã Buruquê?
Sim, se Obaluaiê é a estabilidade e movimento, Nanã Buruquê é maleabilidade e decantação, pois ela é um Orixá água-terra que polariza com ele, dando origem a irradiação da Evolução.
Nanã Buruquê é cósmica, dual e atua por atração magnética sobre os seres, cuja evolução está paralisada e o emocional está desequilibrado.
Então ela faz com que a evolução do ser seja retomada, decantando-o de todo o negativismo, afixando-o no seu “barro” e deixando-o pronto para a atuação de Obaluaiê, que o remodelará, o estabilizará e o colocara novamente em movimento ou em uma nova senda evolutiva.
O Divino Criador gerou Nanã Buruquê, e a tornou em si Sua qualidade dual, ativando-a contra todos os conceitos errôneos tirando deles suas “estabilidades” para, a seguir, decantá-los no lado da ignorância humana acerca das coisas divinas.
Nana Buruquê é unigênita, pois foi gerada nessa qualidade dual do Divino Criador que a tornou Sua qualidade, aquela que desfaz os excessos e decanta ou enterra os vícios.
Ela forma com Obaluaiê uma par natural e são os Orixás responsáveis pela evolução dos seres.
Nanã Buruquê é dual porque manifesta duas qualidades ao mesmo tempo. Uma vai dando maleabilidade, desfazendo o que está paralisado ou petrificado, outra vai decantando tudo e todos dos seus vícios, desequilíbrios ou negativismos.
Por essa sua qualidade, ela é a divindade ou o mistério de Deus que atua sobre o espírito que vai reencarnar, pois ela decanta todos os seus sentimentos, mágoas e conceitos, e o adormece para que Obaluaiê o reduza ao tamanho do feto no útero da mãe que o reconduzirá a luz da carne.
  •      Obaluaiê, Orixá que rege a evolução dos seres e é o Senhor das Passagens dos estágios e dos Planos da Vida.
  •     Nana Buruquê, Orixá que rege sobre a evolução, decanta os seres se seus vícios e desequilíbrios e os adormece, preparando-os para a reencarnação.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

IRRADIAÇÃO DA LEI


Olorum gera em Si mesmo uma qualidade Sua que é ordenadora de tudo e de todos, até mesmo de Sua geração divina.
Nessa Sua qualidade ordenadora, Ele gerou Ogum, que é em si mesmo essa qualidade divina de Olorum.
Ogum é sinônimo de Lei Maior, Ordenação Divina e retidão em todos os sentidos, porque é unigênita e gerado na qualidade ordenador, do Divino Criador.
Ele é a Ordenação Divina em si mesmo: ele ordena a Fé, o Amor, o Conhecimento, a Justiça, a Evolução e a Geração. Por isso está em todas as outras qualidades divinas.
Ogum, por ser unigênito e ser em si mesmo a ordenação divina, gera em si e de si.
Na sua geração em si, ele gera suas hierarquias. Na sua geração de si, ele gera sua qualidade à qual transmite aos seus filhos.
Sua qualidade ordena a evolução, e por isso ele é tido como o Senhor dos Caminhos (das vias evolutivas).
Seu outro aspecto divino é o de aplicador “religioso” da Lei Maior, e independe de nós para aplicá-la e atuar em nossa vida, pois basta sairmos do caminho reto para ser tolhidos pelas suas irradiações retas e cortantes.
Ogum é em si mesmo a qualidade ordenadora e a divindade aplicadora dos princípios da Lei Maior.
Ele é eólico e polariza com Egunitá. Orixá do Fogo e trono consumidor dos vícios e dos desequilíbrios.
Egunitá é uma divindade ígnea, consumidora dos seres desequilibrados.
Quando evocamos Ogum para atuar em nosso favor e nos defender das investidas dos seres desequilibrados, suas hierarquias policromáticas ativam seus pares opostos assentados nos pólos magnéticos negativos, ativos e cósmicos na Irradiação da Justiça Divina, cujos magnetismos são esgotadores dos desequilíbrios, das injustiças e do irracionalismo. 
Então temos na Umbanda Egunitá, Orixá cósmica consumidora dos vícios e dos desequilíbrios, purificadora dos meios ambientes religiosos (templos), das casas (moradas) e do íntimo dos seres (sentimentos).
Egunitá é Orixá ígnea, de magnetismo negativo, seu fogo é cósmico e consumidor, enquanto o de Xangô é universal e abrasador.
O fogo de Xangô aquece os seres e os torna calorosos, ajuizados e sensatos.
O fogo de Egunitá consome as energias dos seres apaixonados, emocionados, fanatizados ou desequilibrados, reduzindo a chama interior de cada um (sua energia ígnea) a níveis baixíssimos, apatizando-os, paralisando-os e anulando seus vícios emocionais e desequilíbrios mentais, sufocando-os.
Egunitá é em si, esse fogo cósmico que está em tudo o que existe, mas diluído. Para ela atuar em nossa vida, não depende de nós, mas tão somente que nos tornemos “irracionais”, apassionados e desequilibrados.

«  Ogum é a ordenação divina e a lei que rege a vida dos seres;
« Egunitá é a divindade cósmica da Justiça que polariza com Ogum e é em si mesma o aspecto punitivo da Lei Maior regida por ele.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

IRRADIAÇÃO DA JUSTIÇA


Olorum gera tudo em Si, e uma de suas gerações é a Justiça Divina, que dá o devido equilíbrio a tudo o que gera.
Essa Sua qualidade equilibradora está em tudo e em todos, e mantém toda a criação divina em equilíbrio e harmonia, dando a tudo um ponto de equilíbrio.
Olorum gerou nessa Sua qualidade equilibradora de tudo e do todos uma Sua divindade que é em si mesma o equilíbrio divino que dá sustentação a tudo que existe, tanto animado quanto inanimado, surgindo o Trono da Justiça Divina, divindade unigênita porque é o Orixá do equilíbrio, da razão e do juízo divino.
Xangô, o Orixá d Justiça, independe da nossa vontade para atuar sobre nós, já que ele é em si mesmo essa qualidade equilibradora do nosso Divino Criador.
Xangô é em si mesmo a Justiça Divina que purifica nossos sentimentos com sua irradiação incandescente, abrasadora e consumidora das emotividades.
Mas Xangô, enquanto qualidade divina, está na própria gênese das coisas como a força coesiva que da sustentação à forma que cada agregado assume, ou seja, ele está na natureza das coisas como o próprio equilíbrio, pois só assim elas não deixam de ser como são. Ele tanto é o ponto de equilíbrio que dá sustentação à estrutura atômica de um átomo, como é a força que da estabilidade ao Universo e a tudo o que nele existe, seja animado ou inanimado.
Xangô, por ser uma divindade em Deus, também gera em si a qualidade onde foi gerado. Mas ele também gera de si essa sua qualidade equilibradora e a transmite a tudo e a todos.
Quem absorvê-la torna-se racional, ajuizado e ótimo equilibrador, tanto dos que vivem à sua volta como do próprio meio em que vive.
Essa qualidade equilibradora está presente em todos os processos divinos (criação e geração). Por isso, assim que algo alcança seu ponto de equilíbrio, o processo criador ou gerador é paralisado e o que foi criado ou gerado estabiliza-se e adquire uma definição só sua que o qualificará dali em diante.
O equilíbrio proporcionado por Xangô não se limita só a um aspecto de nossa vida, já que ele, enquanto qualidade equilibradora, está em todos.
Mas sempre que a Justiça Divina é ativada, tanto seu pólo positivo quanto seu pólo negativo são ativados, e aí surge Yansã, regente da Lei nos campos da Justiça.
Yansã é a divindade da Lei, cuja natureza eólica expande o fogo de Xangô e, assim que o ser é purificado de seus vícios, ela entra em sua vida redirecionando-o e conduzindo-o a outro campo onde retomará sua evolução.
Uma das qualidades de Deus é o direcionamento que está presente e ativo em tudo o que Ele gera e cria.
É nesta Sua qualidade direcionadora de tudo o que existe, tanto animado quanto inanimado, que Ele gerou Yansã.
Yansã, enquanto qualidade de Deus, está em tudo e em todos, e é a força móvel que direciona a Fé (Oxalá), a Justiça (Xangô), a Evolução (Obaluaiê), a Geração (Iemanjá), a Agregação (Oxum), a Lei (Ogum).
Ogum é a Lei, a via reta, mas Yansã é o próprio sentido de direção da Lei, pois ela é um mistério que só entra na vida de um ser caso a direção que este esteja dando à sua evolução e sua religiosidade não siga a linha reta traçada pela Lei Maior (Ogum).
Por isso ela não depende de nós para atuar em nossas vidas. Basta “errarmos” para que sua qualidade divina nos envolva numa de suas espirais, impondo-nos um giro completo e transformador dos nossos sentimentos viciados.
Xangô paralisa e purifica; Yansã movimenta e direciona.
São Orixás que formam a quarta irradiação divina, porque suas qualidades e elementos se complementam.
«  Xangô é o fogo que nos purifica de nossos próprios vícios emocionais, reequilibrando-nos.
«  Yansã é o ar que areja nosso emocional e nos proporciona um novo sentido da Vida e uma nova direção ou meio de vida.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

IRRADIAÇÃO DO CONHECIMENTO

O conhecimento é uma qualidade de Deus e Oxóssi é sua divindade unigênita, pois é ele em si mesmo o Conhecimento Divino que ensina todos a conhecer a si mesmos a partir do conhecimento sobre nosso Divino Criador.
Olorum gerou em Si o conhecimento sobre tudo o que criou e porque tem conhecimento sobre toda a sua criação, então o Conhecimento assumiu a condição de uma qualidade Sua, à qual Ele imantou como um de Seus mistérios da Criação, já que gera em Si o Conhecimento, e é em Si onisciente ou conhecedor de tudo e todos.
 O Conhecimento está em tudo em todos, e tudo e todos se revelam mediante o conhecimento sobre si.
Oxossi rege sobre o conhecimento e o irradia o tempo todo a todos, porque é em si mesmo o conhecimento Divino, ou a consciência de Deus.
Seu magnetismo expande as faculdades dos seres, aguça o raciocínio e os predispões a buscar a gênese das coisas (o conhecimento sobre elas). Logo, Oxóssi é o estimulador natural dessa busca incessante sobre nossa própria origem divina. E quanto mais sabemos sobre ela, maior é o nosso respeito para com a criação e mais sólida é a nossa fé em Deus, pois passamos a encontrá-Lo em nós mesmos.
Então Oxóssi tanto está na natureza, como nos conhecimentos sobre a Criação, como está na fé porque nos esclarece sobre nossa origem divina e nos ensina a conhecer Deus racionalmente.
Por sua natureza expansiva e seu grau de divindade guardiã  dos mistérios da natureza, Oxóssi é descrito nas lendas como um Orixá caçador e ligado às matas (os vegetais). Enuqnto divindade, ele é o estimulador da busca do conhecimento e guardião dos segredos medicinais das folhas.
Enfim, Oxóssi é a divindade doutrinadora que esclareceu os seres e a partir do conhecimento vai religando-os ao Pai Maior, o Divino Criador.
Oxossi gera conhecimento a partir de si e os irradia a todos o tempo todo. Por isso ele polariza e se complementa com Obá, divindade cósmica gerada em Deus na Sua qualidade concentradora, que dá consistência e firmeza a tudo o que cria.   
Obá é a divindade unigênita que possui um magnetismo negativo, atrator de concentradora, que polariza com Oxossi e atua como concentratodora do raciocínio dos seres, expandido por ele.
Ela é unigênita porque é em si mesma a qualidade concentradora do Divino Criador, qualidade esta associada à Verdade, já que só o que é verdadeiro tem em si mesmo uma densidade  e uma resistência própria que o eterniza no tempo e na mente dos seres.
Ela é a divindade que é, em si mesma, a qualidade divina que esgota os seres cujo raciocínio se desvirtuou, gerando falsos conceitos religiosos, paralisadores da evolução e desequilibradores da fé.

«  Oxóssi é, em si, a qualidade divina que rege sobre os conhecimentos e atua na vida dos seres, expandindo em cada um sua capacidade de raciocinar.
«  Obá é, em si, a qualidade divina que rege sobre os conhecimentos e atua na vida dos seres, concentrando cada um em uma linha de raciocínio e abrindo sua mente para as verdades maiores, só encontradas em Olorum, o Divino Criador!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

IRRADIAÇÃO DO AMOR

O Amor é uma qualidade de Deus, e Oxum é a Sua divindade unigênita, pois é em si mesma esse Amor Divino que agrega tudo e todos em torno do Divino Criador Olorum.
Assim sendo, porque uma qualidade divina está em tudo e em todos, então Oxum, que é o mistério Amor Divino, está em tudo o que Deus criou. Ela está na formação do átomo como a força ou o magnetismo que o agrega, assim como está nas constelações como o magnetismo que agrega todas as suas estrelas em torno de um ponto fixo no Universo.
Oxum é unigênita porque é em si mesma uma qualidade divina que desperta o amor nos seres, os agrega e dá início à concepção da própria vida. Por isso é tida como a divindade que rege a sexualidade, pois é través dela que a vida é concebida na carne, multiplicando-se.
Esse aspecto dessa divindade de Deus não está restrito só a sexualidade porque, por ser uma qualidade divina, está em tudo o que foi criado e em todos os aspectos da criação, seja ela animada (seres), ou inanimada (substâncias). Oxum é agregadora, e por ser uma divindade, também atua nos seres por meio dos sentidos, despertando neles sentimentos de amor e atração natural, o que costuma ocorrer em todos os campos e aspectos da vida.
O elo que une os seres sob uma mesma crença religiosa é o magnetismo agregador de Oxum.
Oxum agrega no Amor, na Fé, no Conhecimento, na Lei, na Evolução e na Geração. Ela está em todas as outras qualidades de Deus, em todos os sentimentos, em todas a criação, em todos os seres, em todas as criaturas e em todas as espécies.
Oxum é a divindade Mãe do Amor e da Concepção, pois seu magnetismo  agregador gera as uniões em todos os sentidos.
Já o Trono de Deus que polariza com ela é o Orixá Oxumaré, que é um Orixá ativo, cósmico e temporal, que só entra na vida dos seres caso as ligações (agregações) entrem em desequilíbrio, desarmonia ou emocionem-se.
Oxumaré é temporal, é cósmico, é ativo e sua atuação é alternada porque seu magnetismo é negativo e dilui todas as agregações que perderam sua condição ideal ou sua estabilidade natural.
Saibam que o magnetismo de Oxumaré é composto de duas ondas entrecruzadas que seguem em uma mesma direção, criando uma irradiação ondeante e diluidora de todas as agregações não estáveis.
São duas ondas: uma dilui as agregações cujo magnetismo agregador é de natureza masculina; outra dilui as agregações de natureza feminina, dissolvendo compostos energéticos, alterando estruturas elementares e modificando sentimentos.
Mas o Mistério Oxumaré não se limita somente a diluir as agregações instáveis, pois seu fator renovador traz em si a qualidade de renovar um meio ambiente, uma agregação, uma energia, um elemento e até os sentimentos íntimos dos seres.
O Divino Trono da Renovação da Vida é a  divindade unigênita em Deus que traz em si, e é em si mesmo, o Orixá que tanto dilui as causas dos desequilíbrios quanto gera de si as condições ideais para que tudo seja renovado, já em equilíbrio e harmonia.
Oxumaré é unigênito porque é a única divindade de Deus que é em si mesmo a renovação. Outras divindades, porque estão na renovação, também participam do seu mistério Renovador. Mas se participam das renovações, no entanto essa qualidade é ele em si mesmo que, antes de renovar algo ou alguém, também dilui as causas que levaram ao desequilíbrio esse algo ou alguém.
«  Oxum: Trono do Amor Divino que agrega e concebe as coisas animadas e inanimadas.
« Oxumaré: Trono da Renovação que dilui todas as agregações desequilibradas e renova o meio onde elas acontecem, criando novas condições para que novamente sejam reagregados, já em equilíbrio e harmonia com o todo, que é Deus, a vida e a religiosidade dos seres.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

IRRADIAÇÃO DA FÉ


É formada por dois Orixás que se polarizam nos campos da religiosidade, Oxalá e Oyá são seus nomes, sendo Oxalá irradiante, positivo, passivo e atua por meio de seu magnetismo cujas ondas são retas, e vibra fé o tempo todo.
Oyá é cósmica, absorvente, negativa, temporal e sua irradiação magnética é alternada em duas espirais: uma intensifica a religiosidade e a outra e a outra a esgota. A irradiação que projeta é estimuladora da religiosidade. Já a que absorve é esgotadora dos desequilíbrios religiosos nos seres.
Estudando suas naturezas, podemos descrevê-los assim:
üOxalá é uma divindade passiva da Fé e é em si mesmo esse mistério divino, pois gera fé o tempo todo e a irradia de forma reta, alcançando tudo e todos. Sua natureza religiosa não deve ser dissociada de Deus, pois é esta qualidade d’Ele que o individualizou em seu Trono da Fé, para poder ser visualizado por todos os seres cuja fé é reta e a religiosidade é virtuosa.
üOyá é uma divindade ativa da Fé e é em si mesma esse mistério divino, pois gera religiosidade o tempo todo e a irradia ou a absorve conforme as necessidades. Se o ser está apático, ele a recebe, e se está emocionado, a tem esgotada.
A fé é uma qualidade de Deus, já a religiosidade é uma qualidade dos seres criados por Ele. Logo, Oxalá irradia essa qualidade divina denominada fé, e Oyá ativa ou paralisa a qualidade religiosa dos seres movidos pelos sentimentos de fé.
Observem que não são iguais no Mistério da Fé, porque ele a irradia de forma contínua e ela estimula ou paralisa esse sentimento nos seres. Por isso diferenciamos esses dois Tronos da Fé e os classificamos da seguinte maneira.
«Oxalá é um trono universal, pois suas irradiações retas e contínuas são projetadas a todos o tempo todo e durante todo o tempo;
« Oyá é um trono cósmico, pois suas irradiações espiraladas são alternadas e direcionadas, só alcançando os seres apatizados ou emocionados em seus sentimentos religiosos.
Na teogonia de Umbanda, Oxalá é identificado como Orixá irradiador da Fé e Oyá é interpretada como Orixá retificadora da religiosidade desvirtuada.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

MENSAGEM DE UMA POMBA GIRA


Autoria espiritual: Maria Padilha das 7 Encruzilhadas
Transcritor: Mãe Luzia Nascimento
Local: Centro Espiritualista Luz de Aruanda

“Por ser atributo do ser espiritual a mediunidade é faculdade que o acompanhará onde quer que este se encontre. O médium não só o é nos dias e instantes que antecedem o fenômeno durante as sessões de um terreiro – esta condição se faz presente vida a fora, dia a dia.
Muitos filhos se esquecem dessa particularidade e quando saem do terreiro não se lembram dos ensinamentos repassados pelas entidades.
Se um médium é dócil, gentil, educado, fraterno em suas atitudes não o deixará de ser após as sessões; da mesma forma que se a hostilidade lhe molda a personalidade em seu cotidiano, essa característica apresentar-se-á na sua conduta como médium, muito embora conte com toda amorosidade, disciplina e seriedade de sua Banda.
É comum vermos na lida diária a despreocupação dos médiuns em cultivar a serenidade, a paz interior e a gentileza natural.
E aí o que acontece?
Acontece que muitas entidades que lhe seguiam os passos após as sessões, precisando de seus exemplos no bem, a fim de entenderem o significado da palavra caridade de forma materializada, verão ruir por terra toda aquela aparência de bom moço e então na próxima sessãoo médium chegará ao terreiro não se sentindo bem e normalmente alegará que está com algum “encosto” a lhe perturbar e que precisa de ajuda da corrente, pois na última semana nada em sua vida deu certo.
Também pudera! Esqueceu que seu compromisso não é só no terreiro e se permitiu envolver com energias densas em ambientes não tão saudáveis a sua manutenção e bem-estar. E o que é pior: ainda fala que a culpa foi do seu Exu ou de sua Pomba Gira que não o protegeu! Como coisa que sejamos babás de plantão e não tenhamos serviços a executar.
Há ainda alguns que dizem: “mas eu faço tudo certinho tomo meus banhos, acendo minhas velas, firmo minha Banda e só vivo atrapalhado!”. Afirmamos que assim esse médium continuará até perceba que a Umbanda faz caridade e não milagres! Que a Umbanda mostra o roteiro, porém quem tem que trilhar são os filhos. Que nela não há facilitações muito embora não existam impossibilidades – desde que se queira melhorar – afinal de contas por que você médiuns estão na Terra, em um corpo físico? Já pararam para pensar nisso?
Não pensem vocês que estou querendo colocá-los numa postura de santidade. De forma alguma! Pois lugar de Santo é no Céu e lá a lotação já está pra lá de esgotada ou então em oratório.
Só estou querendo mostra que nada passa despercebido à lei do Todo Poderoso e que não adianta colocar máscara de bonzinho porque com o tempo essas se desfazem.
Não passem a culpa de seus mal-estares às entidades. Não coloquem vossas responsabilidades em nossos ombros e façam a vossa parte, porque a nossa já fazemos.
Ou vocês duvidam disso?
E então meu filho em qual Encruzilhada iremos nos encontrar? Em qual delas vou te buscar?
Sarava aos filhos dessa Banda!”


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

PODEMOS E DEVEMOS PREPARAR MELHORES MÉDIUNS



No entanto não temos como evitar que um médium que tenha estudado e até se dedicado faça alguma besteira, pois isto é do ser humano, mas ainda assim aquele que estuda tem menos chance de errar.
Outros ainda dizem que os cursos ou o conhecimento pode interferir durante os trabalhos mediúnicos, mas não pararam para pensar que quem se permite interferir com o conhecimento também se permitirá interferir com a ignorância, portanto o risco de interferir com novas informações é idêntico as interferências com velhas informações e distorcidas informações.
Nada justifica a ignorância com os fundamentos de sua religião, nada justifica o não estudar, nada justifica esta paralisia mental e até espiritual, espíritos evoluem e estudam ou alguém pensa que caboclos e pretos velhos nunca estudaram para fazerem o que fazem e receitarem o que receitam.
“– Há, mas é o meu guia que tem que saber das coisas (de umbanda) eu não preciso.”
Esta é uma verdade parcial, pois mesmo que não se tenha nenhuma informação, mas uma boa incorporação, os guias realizam um bom trabalho. Mesmo no mais “ignorante” um sábio pode se manifestar, desde que tenham afinidades de objetivo, que pode ser o objetivo de ajudar o próximo. Neste caso temos uma umbanda como um fenômeno que “eu não sei de nada”, mas para tê-la como religião precisamos estudar e muito.

Todos são chamados e escolhidos são os que se dedicam.

Que cada um de nós avalie o que é bom, mas que avalie estudando, pois como avaliar o que não se conhece?
Enquanto umbandistas, devemos estudar e nos esclarecer para sermos formadores de opinião sobre nossa religião. Depois devemos sim nos esforçar em esclarecer o que é Umbanda, multiplicar as informações sobre Umbanda.
O estudo dentro do terreiro é fundamental para a evolução daquela casa, mas os estudos fora do terreiro são fundamentais a evolução e futuro da religião.
Não precisamos mudar nosso trabalho mediúnico espiritual, apenas entender melhor o que é a Religião Umbanda, entender melhor o que estamos fazendo aqui, qual o nosso papel.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


Uma ótima noite....
Por Junior Pereira

Acabo de assistir um pedaço do programa da HEBE CAMARGO na REDE TV, onde o assunto foi fé...
Entre os entrevistados, estava lá nosso querido amigo, mestre e irmão Rubens Saraceni...
Fiquei emocionado por ver um sacerdote Umbandista representando nossa fé....
Sei que para os que assistiram o trecho, acharam pouco o tempo disponibilizado e que pouco se falou de religião não é mesmo?
Mas então vamos aproveitar o momento não é mesmo?
Quando foi a última vez que vimos uma autoridade religiosa falando em um programa tão assistido assim?
Que eu me recordo, o Adriano Camargo que falou com propriedade no assunto,
Muito importante na minha opinião sim!

Pouco se falou no dia de hoje em rede aberta,
mas esse “pouco” com toda certeza esta fazendo parte de um novo momento da Umbanda!
Um momento de respeito e principalmente, de reconhecimento enquanto religião que é...
Fiquei sim feliz em assistir essa entrevista, mesmo que pouco se falou de Umbanda...
Mas a cada palavra dita pelo Rubens, meus olhos estavam “ inundados “ de emoção, de alegria, de felicidade...
Porque naquele momento, através de um homem simples, de roupa branca, estola e filá dourado...
Eu vi a Umbanda, sendo representada e pronta para se firmar em nossa sociedade!
Vem Umbanda, vem e se faça cada vez mais presente em nossas vidas...
Um padre que também foi convidado para o programa disse:
Quem coloca rótulos em Deus somos nós.
Fantástico!!!!

Desculpem se minhas palavras se entrelaçam nesse texto e em algum momento não me fiz claro...
Estou emocionado e quis aproveitar esse momento e... escrever.... teclar... desabafar....
Confesso que assim estou... emoção a flor da pele...
Vejo a Umbanda ganhando espaço através de pessoas que a respeitam e a tratam como se deve: algo divino!
Vejo a Umbanda cada vez mais perdendo a “ muleta “ que tanto a acompanhava através de pessoas que não tinham noção do quanto ela é especial, pois é religião...
E religião, sempre esta disposta ao bem! Ao contrario disso, não é religião e muito menos Umbanda!
Parabéns a todos os envolvidos nesse trabalho de minutos, mas que fará toda a diferença por algumas eternidades...
E mais uma vez eu digo: A Umbanda é Deus, se manifestando em forma de religião...
E isso é opinião minha! Pois é algo indescritível para esse momento...

“ A Umbanda, é paz e amor...
Um mundo, cheio de luz...”

A cada ponto cantando, a cada palma estralada nas mãos de cada um...
A cada cheiro de erva queimada....
A cada sorriso no rosto de uma criança...
A cada palavra sábia de um preto-velho...
A cada “brado” de um caboclo....
A cada risada de um Exu....
Percebo Deus, se mostrando presente na minha vida e nos meus trabalhos...
Percebo Deus, sinto Deus e...
VIVA A UMBANDA!!!!!
VIVA A UMBANDA!!!!
Forte abraço,

Junior Pereira
Mais um Umbandista que ama o que faz e aquilo que crê...
Sim, eu creio que Deus, nos guias e na sua natureza divina!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

OLORUM




Só existe um Deus, Olorum!

“É na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem”.
Rubens Saraceni

            A unidade religiosa da Umbanda está em Olorum, o Divino Criador, Deus, princípio de tudo. A palavra Olorum é de origem yorubá, é uma contração de Olodumaré (senhor supremo do destino). Olo significa senhor e Orum o além, o alto, o céu. Olorum é o senhor do Céu, infinito em Si mesmo, onisciente, onipotente, onipresente, oniquerente e indivisível. Ele é em Si toda a criação e rege tudo no universo. Deus é UM, sempre foi e sempre será, mas muitos são os nomes pelos quais Ele é conhecido. Os nomes usados para diferentes povos e religiões, referem-se simplesmente aos diversos caminhos por meio dos quais Deus manifesta a Si mesmo na criação, para cada povo com sua cultura específica.
            Deus não tem um início; é princípio, meio e fim; é o Criador, o Gerador de tudo o que existe e está tanto na Sua criação como nas criaturas e nos seres que gera. Deus é vida, é o mistério que anima e fornece os meios ideais para que nos multipliquemos em nossos filhos, que também trazem em si a capacidade de se reproduzir, pois são gerados em um meio vivo. Olorum, Senhor Supremo do Destino, é infinito em tudo e também o é nas Suas divindades, os Sagrados Orixás. Ele as gerou em Si e elas complementam-se umas as outras na sustentação da criação divina e na manutenção dos princípios que regem, manifestando-se através dos sentidos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração.
Os orixás são mistérios individualizados do Divino Criador, são Divindades, Tronos Sagrados distribuídos por toda a Sua Criação, são manifestações das qualidades divinas. Olorum é o todo e Suas divindades são as partes formadas por esse todo. Cada divindade atua num campo só seu e em momento algum elas se chocam. Adorar as divindades significa adorar as qualidades de Deus. A magnitude, a grandeza infinita de Olorum, nos agracia e contempla com Suas divindades, pela quais podemos perceber o quanto o Divino Criador é infinito em Si mesmo.
Portanto, a Umbanda não é politeísta e os orixás não são deuses. Eles são divindades de Deus, são irradiações divinas que amparam os seres até que evoluam, desenvolvendo seus dons naturais, para alcançarem seus fins em Deus. Deus se manifesta e se irradia em todos os níveis onde vivem os seres e as criaturas, através do Setenário Sagrado, os sete sentidos da vida, pelos quais fluem as essências divinas (cristalina, mineral, vegetal, ígnea, aérea, telúrica e aquática) que chegam até nós pelas vibrações mentais, sonoras, energéticas e magnéticas.
Olorum nos gerou em Seu íntimo e nos exteriorizou como Seus filhos humanos, dotados com Sua programação genética humana, para que através da nossa vivência, encontremos nossa forma pessoal de evolução e ascensão, pois só assim nos tornaremos em nós mesmos as Divindades humanas de Deus, o nosso Divino Criador.
Nós Vos louvamos e Vos agradecemos Divino Criador Olorum!

(livro: Manual Doutrinário, Ritualístico e Comportamental Umbandista – Rubens Saraceni)

Olorum! Algo que não nos é possível imaginar, e que, como Princípio Criador é impossível de ser penetrado. Isso é o que chamamos “Olorum”, o Princípio de Tudo, o Senhor Deus de todos nós.
Olorum rege todo o Universo. Nada escapa às leis imutáveis do Princípio Criador.
Como centelhas emanadas do Criador, temos que, após nossa evolução, retornaremos a Ele.
Trazemos gravados em nosso mental Sua herança. A nós compete, em nossa caminhada evolutiva, equilibrar sempre esta herança e desenvolvê-la.
Não é possível determinarmos o tempo necessário para que isso se realize. Mas isso não importa a Olorum, o Criador, pois onde quer que estejamos, estaremos N’Ele.
Se quisermos encontrar o Criador Olorum, temos que procurá-Lo primeiramente em nós. Somente depois poderemos entender as leis que regem o Universo.
Olorum é o princípio que rege tudo e todos. E como Ele é “O Perfeito” e O Único Regente da Vida, temos que amá-Lo e respeitá-Lo como o Doador da Vida.
Muitos, ao seu tempo, codificaram leis que nos levaram para mais perto do Princípio Criador, Deus. Mas nunca explicaram o Princípio Regente do Universo. Nem o princípio perfeito que nos rege foi bem explicado.
Nosso espírito traz em si princípios criadores, e a exemplo das borboletas que têm que deixar o casulo para voar, precisamos do corpo físico para nos desenvolver.
Quando encarnamos, é o corpo que vai sustentar o espírito para que, quando este se libertar, possa dar os seus “vôos”. Mas muitos, após deixarem seu corpo, não conseguem voar porque estão atados ao casulo carnal.
Quando isso ocorre, dizemos que esta vida foi inútil, porque não permitiu ao nosso espírito alçar vôo rumo ao Criador Olorum.
Mas isso ocorre porque alguns dos Seus princípios foram distorcidos por nós. Para estarmos em harmonia com Olorum, não podemos desafiar Suas leis.
Olorum não é algo que possamos imaginar sob uma forma física. Um princípio é como uma lei, não tem forma, apenas ação.
Olorum é tudo o que podemos imaginar e muito mais. Ele está na menor partícula que pode existir no Universo, e também na maior ou no próprio Universo. O Universo é seu corpo e nós somos células desse organismo perfeito. Vamos amá-Lo e respeitá-Lo como Ele é: o Princípio da Vida! Vamos respeitá-Lo e às Suas leis imutáveis, que assim chegaremos mais rapidamente ao plano celestial que Ele nos reservou.
Na Umbanda, Olorum é o Princípio, e os Orixás são seus agentes executores das leis que regem tanto a vida quanto a Natureza. Os orixás não são deuses no sentido vulgar que muitos lhes querem dar.
O Ritual de Umbanda é isso: muito saber a ser descoberto! Muita luz ainda por vir. E isso é só o começo. Quando isso se difundir, acabarão os dissídios entre os homens, porque quem conhece as leis que regem o Princípio Criador não as desafia, pois sabe que elas executam-se. Como princípios vivos que são, estas leis não precisam de juízes, e quem as transgride é automaticamente punido pela própria transgressão.
Tudo isso é o princípio Criador, Olorum.
Mas Olorum, além de ser a Lei, é o Amor. Amor este que se traduz por um sentimento de ponderação. Aquele que ofende ou desrespeita o objeto amado, em verdade não o ama. Está sendo movido apenas pela paixão, não pelo amor.
A paixão é aquilo que os fanáticos entendem por amor, seja a uma causa, a uma pessoa ou a Olorum. O Amor a Olorum é que equilibra os espíritos humanos, assim como toda a criação.
Somente a Razão nos aproxima do Princípio Criador. A Razão precisa estar em harmonia com o Amor. É através de um ato de amor que a vida nos é concedida, e é por este mesmo amor que o Princípio criador nos mantém com tantos recursos da Natureza.
Não podemos penetrar em sua essência, pois isso é impossível, mas podemos senti-La pulsando em nós mesmos. E somente quem ama de verdade o Princípio Criador Olorum, consegue senti-Lo.
Quem O ama não O ofende com a ignorância que impera entre os homens e a respeito de Sua natureza. Não como O cultuemos. O que realmente importa é que O amemos e respeitemos, como parte de Seu todo. Dentro do Universo, somos criação Dele.
É Como seres dotados dos sentidos e dons em nossa herança genética, temos por finalidade ativá-los cada vez mais, não importando quantas reencarnações sejam necessárias para que consigamos isso.
Mas desde que conheçamos esses sentidos ou dons, podemos torná-los ainda na carne, sem esperar pelo mundo espiritual para desenvolvê-los.
Quando procuramos o conhecimento, começamos a adquirir Sabedoria, que por sua vez desperta a Razão. Essa mesma Razão nos faz procurar o Equilíbrio, ou as leis que regem o Todo. Após muita procura, conseguimos descobri-las.
Tendo encontrado esses princípios, e percebendo que são perfeitos, passamos a ser movidos pela Fé, uma fé inquebrável em Olorum, o Princípio Vivo. Tendo Fé nesse Princípio, nós passamos a amar a vida como uma dádiva Sua. E, se temos Fé e amamos a Vida, então amamos o Criador Olorum.

  Conhecimento
            Eis como se desperta a herança do Criador! Conhecê-Lo é importante, tanto para Ele como para nós. A Ele interessa que O amemos e O respeitemos após conhecê-Lo, pois quem conhece solidifica seu amor. Estes são Seus desígnios sagrados.
Só vivenciamos a Fé pura, aquela que não precisa de explicações profundas, quando nosso espírito está sendo reajustado ou conduzido à senda da Luz Eterna. Quando isso é obtido, em beneficio do espírito começa a peregrinação rumo ao conhecimento.
Quando adquirimos o conhecimento a respeito dos muito meios que Olorum, o Criador utiliza para se comunicar conosco, passamos à busca da Sabedoria.

           Sabedoria
A Sabedoria nos revela os mistérios ocultos e sagrados.
São muitos os mistérios, e a partir daí iremos descobrir qual é o nosso ancestral místico, ou elemento com o qual o espírito foi alimentado.
O espírito é emanação pura do Criador e somente no decorrer de muitas reencarnações é que ele vai absorver os seus fatores opostos, ou qualidades que predominam nos outros elementos.
Quando nos tornamos sábios, procuramos nos guia pela Razão, ou raciocínio.

            Razão
A razão é que nos ensina como usar o que a Sabedoria nos revelou: seus mistérios, sua força ativa e sua razão de ser.
Passamos então por um novo estágio. À vezes somos levados à vida religiosa, outras vezes nos dedicamos a ensinar nossos semelhantes a condição de professores, ou simplesmente conselheiros, etc.
O modo escolhido não importa. O importante é que estamos usando o saber acumulado em nosso inconsciente com o auxílio da Razão, e não da emoção pura, o que proporciona o Equiilibrio ou Lei.

            Equilíbrio
A escolha racional nos leva ao equilíbrio da alma, através do conhecimento da Lei que nos rege.
Esta Lei não é cega nem falível porque, se ensinarmos errado seremos colhidos por ela, que exige muito de quem conhece os mistérios da Razão.
Este equilíbrio nos diz o que é certo e o que é errado na vida.
Se trilharmos no equilíbrio da Lei, iremos adquirir uma fé indestrutível no que fazemos e no que falamos: tudo o que fizermos ou falarmos terá um sentido. Nada será feito ou dito em vão. Tudo terá sua razão de ser, porque é assim que é. E não adiantará que digam que é de outra forma.
É isso que faz com que aqueles que já adquiriram o seu equilíbrio e se tornaram conhecedores da Lei sacrifiquem-se em benefício dos semelhantes sem nada esperar em troca.
Tudo se resume em servir à sua família, ao seu círculo familiar, à sua comunidade, tanto civil quanto religiosa, e servir a Deus.
  
                             Vida
            E quando alguém se torna “equilibrador” de seus semelhantes é porque descobriu o sentido da Vida.
            Usando o exemplo do corpo humano, sabemos que, para estarmos bem, todos devem estar saudáveis e equilibrados à nossa volta. Não somos órgãos isolados do corpo de Olorum. Passamos, então, a nos preocupar mais com o bem estar do nosso semelhante do que com nós mesmos. Dedicamos um tempo de nossa vida a ajudar na solução dos problemas alheios, e muitas vezes esquecemos nossos próprios problemas.
            Descobrimos, assim, o sentido da Vida, e o porquê de termos tudo o que precisamos á nossa disposição. Pedimos, então, que retirem da natureza apenas o necessário, sem destruírem-na, pois aquilo que não serve para uns pode servir a outros, e assim sucessivamente.
            Dessa forma estamos nos integrando por inteiro ao nosso ancestral místico. Não nos incomodamos mais com as outras religiões. Nem cor, nem raça nos incomoda mais. Sabemos que tudo é parte do mesmo corpo divino de Olorum, o Criador de Tudo e de Todos.
            Olhamos com olhos que buscam nas coisas simples a essência do criador. Sabemos que uma pedra é tão importante quanto uma montanha; que um copo de água é tão importante quanto um lago. Sabemos também que uma chama é tão importante quanto o sol, e que o pedaço de solo de onde tiramos nosso alimento, ou sobre ele moramos, é tão importante quanto o resto do planeta.
            Como se dá isso?
            Simples: umas pedras juntadas ao acaso servem para construir um muro, ou uma casa, ou uma represa. Enfim, nos trazem algum tipo de proteção, assim como as montanhas servem para proteger o planeta, contendo as águas, barrando a força dos ventos, equilibrando-os em si mesmos.
            Assim como um copo de água sacia nossa sede, um lago é fonte de vida na natureza, e tem sua função regulada pelas necessidades dos seres que dele vivem; uma chama no fogão cozinha os alimentos, enquanto o calor do sol transforma a natureza em vida através de seus ciclos eternos e imutáveis consubstanciados nas estações climáticas.
            Sabemos que tudo é vida, que a própria morte é um ato de vida. Sabemos que, em verdade, nada muda com a morte, que apenas muda a vibração e, por sabermos de tudo isso que o conhecimento despertou, adquirimos uma fé indestrutível no Criador Olorum.

             
Sabemos que é Ele, de fato, o fim de tudo. Que por Ele fomos gerados e a Ele retornaremos, não mais na forma de uma pequena centelha, mas sim como grandes seres iluminados.
Acreditamos nesse princípio, e nossa fé é indestrutível. Nada consegue demovê-la. Tudo tem sua razão de ser. Tudo é! Isto é Fé!
É ela que nos faz perceber a grandeza do Criador Olorum, o Princípio de Tudo e de Todos. É esta fé que nos faz transbordar em Amor.

                         Amor
Amamos a nós mesmos como obra sagrada do Deus Criador Olorum. Amamos a vida dos nossos semelhantes como a nossa própria vida. Amamos a natureza que nos sustenta vivos e que, após a morte da carne, através de seus pontos de força, cria condições para a continuidade da existência do espírito.
Então em nós não há lugar para a revolta, o ódio, a inveja ou a paixão. Temos somente Amor. E muito Amor recebemos de Olorum.
Notem que em qualquer ordem que colocarmos um dos sete princípios ele será ativador dos outros seis que trazemos como herança do nosso Criador Olorum. Ao nos aproximarmos de um deles, e se o absorvermos estaremos absorvendo a todos os outros.
Isto tudo é Olorum, o Criador!
Tudo N’Ele age integrado. Nada é por acaso, tudo tem um sentido.
Se aprendermos com o auxílio dos sete sentidos, que Olorum nos dotou com nossa herança ancestral, estaremos de fato integrados ao seu  Corpo divino. Não seremos folhas soltas ao vento, nem água parada, insalubre. Todos podem saciar sua sede de conhecimento de Olorum, o Criador. Não seremos simples átomos, distantes do seu elemento gerador, mas sim, seremos parte do Todo divino.
Não seremos uma luz perdida nas trevas, mas sim luzes emanadas do Criador, algumas vezes colocadas nas trevas para servir como faróis em alto-mar a guiar aqueles que estão em longa jornada e que precisam de um sinaleiro que lhes diga onde estão as rotas perigosas, e qual o melhor caminho a seguir para que levem a bom termo sua viagem evolutiva.
Por que isso? Porque sabemos, e acreditamos com muita fé, que um dia partimos do Criador Olorum com uma finalidade: engrandecer a Sua Criação. Sabemos que podemos encontrá-Lo em todos os lugares ao mesmo tempo, falando diferentes línguas a diferentes filhos Seus e a todos Ensinando.
Muitas vezes, Ele não é compreendido. Mas Se incomoda com isso, porque sabe que Se não foi Compreendido numa determinada língua, em outra língua ou em outro tempo Será. Tudo é uma questão de tempo!
Olorum não tem pressa. Ele é “O Perfeito”, e nos tem como parte integrante dessa obra perfeita que é o universo.
Você tem alguma dúvida quanto a isso?
Então só o tempo lhe responderá de forma mais sábia “Quem” e “O Que” é Olorum, o Princípio Criador.
Muito mais poderíamos falar a respeito de Olorum, mas quem ainda não conseguiu entender o Seu princípio, não está preparado para conhecer mais a Seu respeito. E quem entendeu o que foi dito é porque já possui um ou mais dos fatores que compõem Sua herança ancestral. E, no seu devido tempo, terá todas as respostas a respeito de Olorum, o Criador de Tudo e de Todos.

(livro: Umbanda Sagrada – Religião, Ciência, Magia e Mistérios – Rubens Saraceni)