Ser
umbandista é um ato de coragem ou não, pois muitos por covardia negam que
praticam ou frequentam a Umbanda. Assumir-se Umbandista com Orgulho é um ato de
rebeldia. Então, quando estudamos a história das religiões descobrimos que os
maiores avatares e iluminados foram rebeldes e corajosos como Jesus Cristo,
Mohamed, Moisés, Abraão, Buda Sidharta Gautama, Shankara, Ramakrishna, Gandhi,
Osho e outros líderes espirituais.
Ter uma
proposta real de crescimento espiritual implica em comprometimento, e quantos
estão realmente comprometidos com o crescimento espiritual de si mesmos?
O Caboclo
das Sete Encruzilhadas criou a religião de Umbanda com estas palavras: “Umbanda
é a manifestação do espírito para a caridade.” Fazer a caridade pura e
simplesmente não implica em ser uma pessoa melhor, pois, para se tornar melhor,
é preciso o autoconhecimento.
Podemos
até dizer que muitos fazem a caridade por desencargo de consciência e outros
ainda a fazem por vaidade. A partir do momento que se diz que a melhor pessoa é
a que faz mais caridade, muitos passam a fazê-la para ser melhor que os outros,
e assim tornam-se objetos do Ego e da Vaidade. Qualquer movimento no sentido de
ser melhor do que os outros, é um movimento do ego. O único crescimento está em
ser melhor do que eu mesmo. Isto implica numa análise profunda de
autoconhecimento.
Bem, ainda
sobre o Caboclo das Sete Encruzilhadas, ele também disse que: “Aprenderemos com
quem sabe mais e ensinaremos a quem souber menos, a ninguém voltaremos as
costas.” Aqui o caboclo coloca uma direção importante para a religião de
Umbanda, ele mostra que é fundamental o crescimento e aprendizado.
Agora digo
eu:
Se,
podemos aprender com todos, também podemos aprender de todas as doutrinas,
filosofias e religiões. Só não podemos perder o propósito de aprender, de sermos
melhores. Fazer o Bem e não fazer o mal é algo muito simples. Devemos
aproveitar a religião para um propósito maior, como nos autoconhecer.
No nosso
modelo de trabalho espiritual é possível ser um bom médium, que tem um dom de
incorporação bem apurado, dar boas comunicações e no entanto ser um ser humano
desequilibrado.
Me parece
que temos super valorizado o dom em detrimento do ser humano que somos, não nos
interessa se tal pessoa é boa ou não, para trabalhar na Umbanda só interessa se
é bom médium.
Assim, nós
os umbandistas nos acomodamos na posição de ir ao terreiro incorporar os guias
para trabalhar e voltar para casa, dessa forma, não precisamos ter nenhum
comprometimento com nosso crescimento interior.
A maioria
das pessoas acredita que ter crescimento interior consiste em ler alguns livros
e fazer alguns cursos. O crescimento começa com o identificar dos nossos
defeitos e procurar caminhos para corrigi-los, quanto mais comprometidos e
sinceros, mais vamos identificá-los e lutar por uma transformação interior.
Esquecemos
ou ninguém nos ensinou que Céu não existe fora de nós. Não adianta fazer
toneladas de caridade, se estivermos desequilibrados internamente, não
alcançaremos um lugar bom.
Sendo
tempo e espaço uma ilusão comprovada pela física, o único lugar que podemos ir
é para dentro de nós mesmos e o único tempo real é agora, logo caridade não
leva a lugar nenhum se antes você não for a este lugar internamente. A caridade
também deve ser uma consequência e não o objeto ou a senha para entrar no céu.
Tenho
Orgulho de Ser Umbandista ! ! !
Por Alexandre Cumino
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